Dia de Zé no Cacique de Ramos traz o sucesso dos eventos consagrados desta casa cultural sexagenária. Além da Roda de Samba, neste domingo 07 de julho, onde o grupo Segue Aí proporcionou ao público, desde o primeiro momento, um encontro duplamente especial e agradável a qualquer idade. Com muita habilidade, mostraram a dedicação de seus músicos e acompanharam convidados. Com um público bem maior do que o esperado, o tradicional evento agregou religiosidade, musicalidade e artes plásticas.
A exposição intitulada “É Pra Quem Tem Fé”, do carnavalesco e artista plástico André Cezari, realizou uma experiência imersiva no universo da malandragem, com uma representação impactante e emocionante. As obras, entre desenhos, ilustrações e instalações criadas pelo artista, ocuparam na área reservada um espaço interativo, convidando os visitantes a explorar e se envolver com a arte, atraindo a curiosidade do público com criatividade na exibição da coleção artística. A conexão direta com os admiradores da entidade retratada nas artes de Cezari foi além da sensibilidade à expressão artística. A linguagem espiritual e intelectual despertou a emoção de inúmeros visitantes, e a louvação à espiritualidade foi respeitosa e vibrante.
O complemento da mostra de artes teve reforço com a apresentação cênica idealizada pela responsável da corte. O espetáculo personificou as figuras do malandro e das cabrochas, na interpretação de Bruno Barão, Millena Gonçalves e Kayza Regina. O samba malandreado, autêntico, foi exemplo do Cacique Raiz, com todos os requisitos muito bem defendidos pelas musas e o, então convidado, Bruno, que também é passista na Unidos de Vila Isabel
Na ribalta do Templo Sagrado Cacique de Ramos foram mostradas as referências dos grandes bambas que originaram a casa, que tem Bira Presidente como fundador e líder. E como o evento se tornou especial, revogando o código de um dia simples em um dia responsivo. Na programação, como prometido, a participação de Edson Norberto, primeiro convidado a brindar o público, foi eloquente. Estreante no evento, Edson foi angariando a atenção e mostrando o valor do seu samba e o domínio deste gênero musical. Na sequência, o bamba caciqueano Jorgynho Chinna entregou uma gama generosa de sucessos de sua autoria. A complexidade de suas composições mostra os amores, o cotidiano, as lutas e a amizade, enfim, a vida do povo, que sempre supera as dificuldades com esperança e, muitas vezes ao som de uma batucada boa.
Logo após, iniciaram as participações extras de sambistas que foram prestigiar a mostra artística e o evento no Doce Refúgio. Wagner Gordo, Mariano Maia e as divas Margarete Mendes e Valéria Lima apresentaram atuações brilhantes. A fé, item indispensável para mitigar as adversidades e manter o equilíbrio da vida, foi um dos elementos propulsores do evento deste domingo, que foi notavelmente um dos domingos mais animados, com energia condensada equivalente a um turbilhão de emoções, uma verdadeira explosão de sentimentos e vibrações positivas, que contagiou a todos os presentes e transformou o ambiente em um cenário de pura alegria e comunhão.
Cacique é Samba, artes, sintonia também na confraternização inspiradora que renovou as justificativas de sua existência em defesa da cultura popular. Algumas personalidades foram prestigiar a festa, como Monica Luciana da Silva, das secretarias de conservação da RIOPAX, o carnavalesco Fabio Gouveia, de São Paulo, entre outros.
A união das famílias, dos segmentos e componentes instaura a prosperidade e a alegria. Com certeza, provou que, neste sete do sete, algo maior aconteceu e transcendeu ao próprio Cacique. Um lugar onde aqueles que o protegem não dormem.
Nayra Cezari
ASCOM Cacique de Ramos