Sintonizados na exaltação ao Dia do Rádio, caciqueanos mostram atualidade do samba.

O samba no Cacique é considerado bastante inspirador, principalmente pelo elevado padrão de sua roda de samba de raiz e, consequentemente, de seus participantes, fixos ou convidados. Um movimento impactante realizado desde 1961 pelos bambas da Rua Uranos, liderado por Bira Presidente.

Este domingo, 25 de setembro, dia de mais uma super roda de samba com direito a presença de inúmeras caravanas de São Paulo que se misturaram a ginga dos cariocas. Mas a importância deste dia vai além das conexões e intercâmbios costumeiros no Cacique. A data remete ao nascimento de Edgar Roquette-Pinto, responsável pela primeira transmissão radiofônica no Brasil, e fundador da primeira emissora oficial de rádio do país, a atual Rádio MEC. Tamanha importância é retratada através da celebração do Dia Nacional do Rádio, embora que, até o momento, a honraria não foi oficialmente reconhecida por lei. 

O samba conquistou o rádio na década de 30, e ganhou projeção. Primeiro grande veículo de comunicação de massas, o rádio fez chegar a todos os cantos o entretenimento e a informação. Sendo um dos agentes mais potentes da divulgação até os dias de hoje, em sua adaptação à Era dos podcasts, streaming, da comunicação digital por meio da internet.

 No Cacique, ele – o samba, é o pavilhão.  Não por acaso, o Doce Refúgio reúne os mais ilustres artistas deste gênero musical em seu panteão. Personalidades que ajudaram a construir e sustentar está trajetória sexagenária de arte e cultura. E se renova ostentando sua marca de geração a geração.

Assim, neste domingo de mais uma edição da mais tradicional roda de samba da Cidade Maravilhosa, que a turma do Comunidade do Samba, veio direto de Hortolândia – SP, para realizar o sonho de se apresentar pela primeira vez na ribalta caciqueana. Foi literalmente uma caravana de emoção, respeito pela tradição e a benção consagrada aos sambistas de coração puro.

Em seguida, o batuque das crias da tribo, o grupo Voz Ativa, dominou o palco para continuar a festa do samba autêntico nesta comunhão de sotaques e encantos. Nesta sequência, mais um destaque. O cantor Carlos Junior se apresentou, cantou e cativou o público tocando cavaquinho, dando assim o tom da harmonia de seu repertório.

Na mesma sintonia da exaltação ao samba verdadeiro, o evento contou com o talento de Anderson Philipe “Sapuca”. Compositor cantor e músico que também coleciona admiradores, e isso não é à toa. Além de apresentar impecável talento e diversificado repertório, ganhou a simpatia do público com a parceria de Tadeu firmeza, o qual considera um padrinho.

Detentor de dois títulos honoríficos do Cacique de Ramos, Leandro D’Menor retornou a casa sete dias após sua apresentação especial na feijoada do bloco. O cantor carioca teve a companhia de amigos de Florianópolis, entre eles, o empresário Valdenir Israel e seu filho, o cantor Hudson Cunha, que vem espalhando O Som do Pretinho, Brasil a fora. Hudson, também deu uma palinha no palco deste terreiro magistral do samba de raiz.

Para levar a termo o significado deste Templo Sagrado, é que inúmeros artistas do carnaval batem ponto na roda de samba, como: o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Raphael Rodrigues e Dandara Ventapane, do G.R.E.S. Paraiso do Tuiuti. Os Passistas do Império da Tijuca liderados por Gabriel Castro – coreógrafo e dançarino reconhecido internacionalmente. Sambistas da Imperatriz Leopoldinense, e outros mais, entre os quais: A produtora do Grupo Raça, Rogéria Ramos, o músico percussionista Rogerinho de Assis e o compositor Eduardo Duller.

Das apresentações especiais e estreias deste dia com saldo positivo e de grande repercussão, o Doce Refúgio teve ainda a Diva Elaine Machado para coroar o encerramento.

*A primeira transmissão radiofônica no Brasil aconteceu no dia 7 setembro de 1922, na comemoração do Centenário da Independência Brasileira.

FOTOGRAFIAS