Para os caciqueanos, dia de roda de samba é sagrado. É dia de reencontrar os amigos das alas reunidas, ouvir a batucada de primeira dos músicos da casa, arriscar uns passos no salão nobre do Doce Refúgio e, claro, cantar samba. Renovar as energias.
Seguindo o cronograma da produção musical, os sambistas que regem a roda de samba iniciaram a programação, que tem seis horas e trinta minutos de duração e engloba tanto as participações especiais quanto a apresentação do balé carnavalesco, com muita animação. Além de um repertório caprichado, que inclui a autenticidade do samba de todos os tempos e agrada por unanimidade os frequentadores, jovens e mais experientes, considerando a diversidade de estilos e a sensibilidade dos talentos a serviço da música no Cacique de Ramos, que tem como guia a tradição e, por extensão, a inovação.
Nesse sentido, os convidados especiais desta roda se encaixaram perfeitamente. O público foi transportado para um passeio musical encantador nas vozes de Raquel Santana, Thiago Sereno, atrações oficiais, Junior Nova Geração, intérprete do bloco, e Bira Cidade, também cantor e compositor que veio de Brasília e aproveitou o convite do mestre da bateria Tamarindo de Ouro, Mestre Xula, para curtir o evento.
Entretanto, a magia que sustenta o Cacique de Ramos não se limitou ao palco. Por ocasião da chegada da Primavera e em louvor ao Dia da Árvore, comemorado no sábado anterior, a Diretoria de Ouro de Bira Presidente realizou o abraço simbólico à Tamarineira Central. Quem participou da solenidade pôde perceber a emoção que tomou conta dos fiéis escudeiros deste templo, sagrado e consagrado ao samba, com sua história e memória, inspiradoras da união e da alegria.
Um dos momentos mais marcantes do evento, a frequentadora Lu Salvador compartilhou sua história de vida no Cacique, um local que frequenta desde a adolescência. Suas palavras evidenciaram o impacto desse ambiente singular e da energia que o bloco transmite. A equipe de comunicação do CaciqueTV registrou cada detalhe, incluindo entrevistas com Kelly e Márcio Nascimento, gestores do bloco, que salientaram a importância das árvores, exaltadas em versos de poetas deste lugar.
Entre os convidados na área reservada, estiveram Marcão Selva, a convite de Rogerinho Mascará, Wanderson Gomes – conhecido como Goy – presidente do Instituto Cultural Neide do Samba, e Paulão, vice-presidente do Renascença. Além disso, Monica Rocha, diretora das majestades do bloco, convocou as musas Eliza Cruz, Kayza Regina e Bella Carrulo, que representaram a corte caciqueana com simpatia e graciosidade.
Assim, este domingo, 22 de setembro, foi testemunha deste ritual fundamental da família caciqueana, que reforça o pertencimento cultural e identitário, sua dimensão espiritual e sua essência.
Nayra Cezari
ASCOM Cacique de Ramos