Neste domingo, dia 17, o Cacique de Ramos foi palco de uma homenagem emocionante às mulheres, onde suas histórias de força, independência e resiliência foram celebradas. Entre elas, destacamos a presença marcante de mulheres como Ju Black, D. Wilma dos Santos Nunes, Simone Alves, Jaldecira Machado de Melo e as musas, princesas e rainhas do Cacique. Assim como as diretoras do bloco, cujas trajetórias inspiradoras refletem a diversidade e a vitalidade feminina no universo do samba e, neste caso, no Cacique de Ramos.
Em um contexto carregado de reverência à força feminina, a talentosa Ju Black foi convidada especial da feijoada neste terceiro domingo do mês de março, para representar essa homenagem às artistas que escreveram suas histórias neste lugar. Em entrevista concedida à diretora de comunicação, Nayra Cezari, Ju compartilhou sua percepção sobre o papel das mulheres na história do samba. Para ela, as mulheres têm sido verdadeiras pioneiras, moldando e transformando o samba ao longo das décadas. Ju destacou figuras como D. Ivone Lara, Beth Carvalho, Leci Brandão, Jovelina Pérola Negra e Clementina de Jesus e ressaltou outras mulheres de seu tempo que fazem a diferença e ocupam espaços no samba como Laura do Cavaco e Glauce, todas como fontes de inspiração, lembrando a importância das mulheres sambistas, cantoras e compositoras na construção desse gênero musical.
Além disso, Ju Black também enfatizou o papel da música na transformação pessoal e social, destacando seu poder incrível de influenciar vidas e inspirar pessoas a realizarem seus sonhos. Sua mensagem inspiradora, “Acreditem em vocês, acreditem em seus sonhos. Sonhar transforma”, ecoou pelo Doce Refúgio do Samba, tocando os corações de todos os presentes. Ju Black foi agraciada com o Diploma “Seja Sambista Também” oferecido por toda Diretoria de Ouro do bloco. O título honorífico foi entregue pelas mãos da Diretora Geral Cristian Kelly, que demonstrou orgulho e empatia durante toda comemoração.
Ao lado de Ju Black, mulheres como D. Wilma dos Santos Nunes, Simone Alves e Jaldecira Machado de Melo foram homenageadas e reconhecidas por suas trajetórias. D. Wilma dos Santos Nunes, de 87 anos, é Avó Sambista das Velhas Guardas. Ela ostenta o orgulhoso terceiro mandato nesse papel, representando a tradição e a alma do samba. Além de integrar a Ala Comanche do Cacique, ela é Musa da Velha Guarda do G.R.E.S Siri de Ramos, Velha-guarda da União de Jacarepaguá, Arrastão de Cascadura, Destaque de Chão da Acadêmicos de Brás de Pina, sem contar que também já foi baiana na Imperatriz e responsável pelo segmento na Tradição. D. Wilma é uma guardiã do samba, uma mulher que carrega consigo a história e a paixão dessa cultura e pela família formada por seus três filhos, cinco netos e seis bisnetos. Sua dedicação e amor pelo carnaval são sublimes e influenciam todas as gerações que a seguem.
Simone Alves, uma mulher de 51 anos, admirável por sua confiança e determinação, ela se destaca no ápice do condicionamento físico, combinando força, estilo e uma paixão inigualável pela música e pela cultura. Sua ligação com os universos do rock e do samba a tornam uma figura verdadeiramente inspiradora e eclética. Além de sua dedicação ao Muay Thai, seu corpo é adornado por belíssimas tatuagens, com destaque para aquelas que exibem caveiras. Essas tatuagens, muito mais do que simples manifestações de sua preferência musical, representam uma expressão de sua identidade e história pessoal. Como uma fã fervorosa do Rock in Rio, Simone já participou de várias edições desse prestigiado festival.
A oportunidade de conhecer a roda de samba e desfilar no Cacique de Ramos foi um momento marcante para Simone. Anteriormente, ela encontrava poucas referências nesse espaço. No entanto, ao adentrá-lo, reconheceu o maior trunfo dessa comunidade: a autenticidade do samba e o espírito de união. “O Cacique é como uma grande família, onde a música e a comunidade se entrelaçam”, afirmou a homenageada, ressaltando a essência acolhedora e vibrante desse local tão emblemático.
Jaldecira Machado de Melo, às vésperas de completar 70 anos, é um exemplo notável da força, independência e resiliência que caracterizam muitas mulheres. Viúva e mãe de três filhos, ela também é uma orgulhosa avó de sete netos. Embora tenha dedicado grande parte de sua vida à profissão de cabeleireira, Jaldecira só teve a oportunidade de realizar o sonho de desfilar no bloco há um ano, provando que nunca é tarde para reinventar-se e buscar novas experiências.
Atualmente, Jaldecira é uma figura ativa tanto na quadra do Cacique de Ramos durante o ano quanto na avenida durante o carnaval. Conhecida carinhosamente como Tia Jal, ela é admirada por sua pura simpatia e pela energia contagiante que traz consigo. Sua presença é uma inspiração para todas as mulheres que, assim como ela, buscam realizar seus sonhos e encontrar novos propósitos em diferentes fases da vida. Tia Jal é mais do que uma componente no bloco – ela é um símbolo de perseverança e determinação, mostrando que a idade não é um obstáculo para seguir os desejos do coração e desfrutar plenamente da vida. Tia Jal e Simone são integrantes da Ala Tamoio do Cacique de Ramos. Ambas foram capitaneadas por Tia Leila, figura icônica entre as guerreiras desta tribo de bambas.
Representantes da potência feminina em todos os setores, as mulheres caciqueanas foram celebradas, honradas e reconhecidas. A diretora geral do Cacique de Ramos, Cristhian Kelly, acompanhada da diretora da Corte do carnaval do bloco, Monica Rocha, e da diretora de comunicação, Nayra Cezari, entregaram e receberam presentes em reconhecimento à importância dessas mulheres para o Cacique e a comunidade do samba. Assim como as integrantes da Corte do Carnaval do Bloco, as musas Kayza Regina, Millena Gonçalves, Bella Carrulo e Karolaine Souza, a segunda princesa Marcelly Pitanga, a rainha Cassia Anastácia e a rainha da bateria Amanda Prestes, e a porta-estandarte Joana Darc, participaram de uma solenidade democrática e posaram para fotos, mostrando a sororidade e interação deste grupo tão diversificado.
A iniciativa destacou a importância da união e da solidariedade entre elas. O Cacique de Ramos, conhecido como uma grande família onde a música e a comunidade se entrelaçam nas diversas histórias contadas ao longo destas seis décadas de existência, mais uma vez reafirmou seu compromisso com a valorização e o reconhecimento das mulheres que ajudam a moldar e preservar a sua tradição, cada vez mais inclusiva, representativa e empoderada. Tudo isso com o aval e apoio de Bira Presidente e os demais diretores que festejam cada ato e atitude dessas que seguem os preceitos deste Doce Refúgio.
Nayra Cezari
ASCOM Cacique de Ramos