Na mais recente feijoada promovida pelo Cacique de Ramos, a Academia do Samba, o Salgueiro transformou o Doce Refúgio em um caldeirão vermelho e branco. A casa mais famosa da Rua Uranos sob a liderança de Bira Presidente há 62 anos, recebeu a família salgueirense e notáveis sambistas no último domingo, dia 17. No palco, os grupos paulistanos que elegeram o samba de raiz como força motriz de suas atividades, demonstraram originalidade e respeito à arte que representam, reforçando a autenticidade do samba, que não conhece fronteiras, e se manifesta com uma estrutura inabalável, como o Parceria do Samba, os Senhores do Samba e o grupo Comunidade do Samba que realizaram a primeira e a segunda parte do evento, nesta sequência, com apresentações inspiradas nas tradicionais rodas desse gênero musical. Além disso, o cantor e compositor Lierte Junior, nativo dos arredores da Estação Primeira de Mangueira, inaugurou a terceira parte do evento com músicos de sua banda e uma energia alinhada ao acervo musical do Cacique.
O evento teve a ilustre presença, do Comodoro Monteiro, do Clube Naval Piraquê, que foi acompanhado de amigos e familiares para aproveitar o domingo ensolarado no Doce Refúgio.
E, também a presença do vice-presidente do Salgueiro, Joaquim Cruz, e sua esposa Sônia, que aproveitou a ocasião para celebrar mais um aniversário com grande alegria. A comitiva salgueirense trouxe o pavilhão, intérpretes, bateria, baianas e passistas para compor o espetáculo, que contou com uma breve, mas especial participação da corte do carnaval do Cacique. Representando Bira Presidente, Kelly Nascimento, sua filha mais nova e Diretora Geral do bloco, teve a honra de apreciar de perto o bailado do terceiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da agremiação convidada, para pela primeira vez reverenciar o pavilhão da escola, após a exibição de seu próprio estandarte comandado pela caciqueana Joana D’arc. Ao lado da dirigente, estavam Chopp, diretor de carnaval do Cacique, e Valter Pereira, vice-presidente do bloco.
Mestre-sala Sidclei Santos, uma persona consagrada em tantos carnavais na Marquês de Sapucaí e o número um do Salgueiro, foi agraciado com o maior título da instituição, a Comenda Cacique, que nesta temporada ainda celebra o Jubileu de Diamante do bloco. A honraria, concedida em reconhecimento à mútua afeição entre o sambista e o Cacique, se soma a uma vasta galeria de prêmios. No entanto, ao avaliar os principais motivos que moldaram a trajetória de Sidclei e o simbolismo deste título honorífico, ficou claro o impacto emocional que essa homenagem teve para o mestre-sala, que se sentiu honrado e agradecido por fazer parte da história do Salgueiro e do Carnaval, e, é claro, do Cacique de Ramos.
As apresentações entusiasmaram o público, que acompanhou cada detalhe com atenção e participou animadamente de toda a programação, desde o início do evento, que também contou com a participação do grupo Pagodaço. Outro expoente do samba de raiz. No palco, demonstraram competência e sintonia, além de apresentarem um vasto repertório. Os renomados bambas Moises Santiago e Tico do Império se apresentaram ao lado do Pagodaço. Como sempre, os sambistas imprimiram a qualidade que eleva suas carreiras como cantores e compositores.
As caravanas de São Paulo e Minas Gerais se uniram aos frequentadores locais, e principalmente, às Alas Reunidas do Cacique, em uma confraternização deste encontro mensal, que já se tornou tradição neste Templo Sagrado do Samba.
Nayra Cezari ASCOM Cacique de Ramos
FOTOS DA FEIJOADA
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