Feijoada do Cacique de Ramos se despediu de 2025 na 145ª edição

Sob as bênçãos dos ancestrais, o evento que invoca a tradição rítmica e culinária chegou à sua última edição de 2025. A Feijoada do Cacique de Ramos nº 145 encerrou a temporada em tom de confraternização, como uma espécie de avant-première das festas de fim de ano.

Antecedendo o pré-réveillon do bloco, que se dividirá em duas etapas, uma no sábado e outra no domingo, com superprogramação, a feijoada teve tempero especial com a musicalidade que marca o Doce Refúgio, além da história registrada em fatos, fotos e itens da exposição permanente do Centro de Memória.

Preparando o ambiente, o Grupo Adobalêh foi anfitrião de um público muito animado, que correspondeu com entusiasmo. Experiências que só o gigantismo do Cacique sabe proporcionar. O Adobalêh garantiu sua vaga para próximas apresentações no ano que vem, reunindo qualidade, talento e sensibilidade a serviço da música.

Do elenco fixo da casa, o grupo Caciqueando foi responsável pela trilha sonora da segunda parte do evento até o encerramento, e o fez com primazia. A batucada teve uma motivação mais que especial, já que o grupo celebrou a parceria com a Takto Percussão, que chega como agente motivador para uma formação que foi uma das apostas do vice-presidente Márcio Nascimento e que já conquistou palcos fora do Doce Refúgio. Samba que vai além dos muros do Cacique, samba que reencontra a sombra das Tamarineiras, levando o público a uma viagem no tempo pela história do gênero. Nota 10.

A pureza que já faz escola se manifestou com as princesas da Corte Curumim, formada por Manuela, Valentina e Antonella, que mais uma vez se apresentaram lindamente. Seja pela graciosidade dos passos, acompanhados pelas expressões delicadas das crianças sambistas, seja pela desenvoltura na comunicação com a plateia, o trio segue encantando.

Na continuidade da programação, no telão, a final da Copa do Brasil aguçava ainda mais os sentidos de quem acompanhava a partida ao som de um bom partido-alto. O grupo Caciqueando passou então a recepcionar os convidados desta edição, como Andrezão, artista com longa trajetória ligada ao Cacique, que voltou ao lar cultural fundado por Bira Presidente. A participação especialíssima resultou na gravação de um audiovisual marcado por um repertório personificado, com raízes fincadas na tradição do samba autêntico, um convite perfeito para quem quer sambar.

Logo depois, a cantora Hanaya soltou a voz e foi sucesso absoluto. Uma das sereias negras da nova geração do samba, Hanaya transforma o canto em magia.

Sem intervalo, o Caciqueando recebeu a porta-estandarte ao som de “Miudinho, Meu Bem”, em homenagem de Joana Darc a Bira Presidente. Na mesma passagem, ao som do samba-enredo da Estação Primeira de Mangueira, o pavilhão empunhado por Joana bailou sob aplausos.

As palmas do público se estenderam à Corte Glória Caciqueana completa, que se vestiu de vermelho, conectando o evento ao feriado do Natal.

Margarete Mendes, artista com agenda fixa no Templo Sagrado do Samba e prata da casa, é uma das cantoras mais requisitadas da Cidade Maravilhosa e atravessa uma das melhores fases de sua carreira. Símbolo de entrega, sua cena artística é moldada por vivências que têm o samba como excelência.

Ao ver a escultura que retratará Bira Presidente no desfile do Cacique, Margarete se debruçou na homenagem. Certamente, até os anjos se emocionaram.

Como prometido à presidente Karla, Marquinhos Sensação chegou para se apresentar e, mais uma vez, demonstrar seu carinho à família de Bira Presidente. O vice-presidente Márcio Nascimento e sua esposa, Christian Kelly, cuidaram dos detalhes junto à Diretoria de Ouro.

O repertório dispensa apresentações, são tantos sucessos consagrados que não caberia listá-los. O público permaneceu até o último momento do evento. A próxima edição da Feijoada do Cacique será em janeiro, mês emblemático para a instituição, quando se celebra o aniversário de fundação do bloco.

Nayra Cezari
ASCOM Cacique de Ramos