Com o toque envolvente da batucada do Caciqueando, o evento deste domingo (3) recebeu o público com alegria e celebrou aniversariantes no salão nobre do Doce Refúgio, palco da roda de samba mais tradicional da cidade.
A singularidade do Cacique de Ramos se revela em seus componentes. Dos frequentadores, visitantes e foliões das Alas Reunidas do bloco, à Corte do Carnaval e à Diretoria de Ouro, tudo acontece em sintonia com os dogmas institucionais que consagram este templo de louvação ao samba autêntico.
Como desde os idos da década de 1960, o futebol continua sendo uma das peculiaridades mais queridas do bloco e de seus dirigentes. Dito isso, é fácil compreender por que, durante a roda, os torcedores acompanham, no telão da quadra, partidas dos mais diversos campeonatos. Garantia de emoção à flor da pele. Neste domingo, com vários jogos sendo transmitidos, os sambistas cantavam, dançavam e torciam por seus times do coração, tudo em plena harmonia. Bonito de ver.
No segundo set, a Corte do Carnaval assumiu o centro das atenções com seus requebros. Cássia Anastácia, rainha da Bateria Tamarindo de Ouro, Amanda Prestes, musa de ouro, e Kayza Regina, rainha do bloco 2025, foram acompanhadas pelo índio caciqueano Bruno Barão. Show de samba no pé. São os destaques da tribo do saudoso presidente de honra, Bira Presidente.
A Diretoria de Ouro aproveitou o intervalo entre apresentações para posar na tradicional fotografia que eterniza cada domingo ou evento como capítulo histórico da trajetória da instituição.
No palco, os convidados conquistaram o público. Com estilos e repertórios próprios, apresentaram uma sequência de sucessos do samba de raiz e performaram com a desenvoltura de quem domina o riscado. Dunga da Vila Isabel, Rennan Pereyra e Margarete Mendes foram espetaculares e dialogaram musicalmente com o grupo anfitrião, o Caciqueando. Reciprocidade perfeita, percebida por todos.
A visitação ao Centro de Memória do Cacique também registrou um movimento acima da média, confirmando o sucesso do projeto.
Acolhido pela ancestralidade instaurada nas Tamarineiras e em cada canto da Sede do Cacique, o povo que ama e respeita o samba e esta casa viveu mais uma noite de glória.