O samba como herança
O Cacique de Ramos reconheceu, neste domingo, 24 de novembro, Dona Wilma dos Santos Nunes, de 87 anos, como a “Avó do Samba” da instituição. A honraria, idealizada por Márcio Nascimento, gestor do Cacique, foi realizada durante a coroação da Corte do Carnaval de 2025, em um gesto que celebrou a tradição, a ancestralidade e o papel dos mais velhos na preservação da cultura do samba.
Frequentadora assídua das rodas de samba e feijoadas do Cacique, Dona Wilma é acolhida pela Ala Comanche e destaca-se por sua representatividade em todas as alas da agremiação. Sua trajetória vai além: como Avó Sambista das Velhas Guardas do Rio de Janeiro, ela exerce seu terceiro mandato como diretora desse segmento, um posto que simboliza sua dedicação ininterrupta ao Carnaval e à cultura popular. Dona Wilma também já foi baiana na Imperatriz Leopoldinense, integrou a Velha Guarda da União de Jacarepaguá, do Arrastão de Cascadura e da Acadêmicos de Brás de Pina, além de ser Musa do G.R.E.S. Siri de Ramos.
Mais do que títulos, Dona Wilma carrega consigo a alma de uma tradição que se renova sem perder suas raízes. Com seus cabelos brancos e passos firmes, transmite a essência de uma herança que transcende gerações. Sua presença é um testemunho autêntico da perpetuação cultural e da longevidade que só a alegria da música proporciona. A iniciativa do Cacique é, acima de tudo, um reconhecimento ao papel que ela desempenha e à sabedoria que compartilha com as novas gerações.
Márcio Nascimento destacou a relevância dessa valorização ao explicar a entrega da faixa:
“No palco, destaquei que a ideia de dar a faixa de ‘Avó do Samba’ a ela era reconhecer o que já representa. Apesar de ir a diversas agremiações representando as Velhas Guardas, aqui no Cacique ainda não havia recebido a reverência que merece. Aos 87 anos, a mesma idade do Bira Presidente, ela simboliza longevidade e dedicação ao gênero. Essa iniciativa veio para reafirmar que o Cacique valoriza a história que ela carrega.”
Dona Wilma, com três filhos, cinco netos e seis bisnetos, representa sua família, e a perpetuação de uma cultura que encontra nos mais velhos a força para se manter vibrante. O samba é para todos, mas reconhecer aqueles que pavimentaram o caminho é um ato de respeito e gratidão que faz do Cacique de Ramos um guardião das tradições e destes baluartes.
Nayra Cezari
ASCOM Cacique de Ramos