Domingo de Ramos e de Roda de Samba do Cacique com famosos e sambistas de todas as idades

Homenagem ao aniversário do Cacique Maior, Bira Presidente, estampou o orgulho dos caciqueanos presentes.

O ciclo de Rodas de Samba do mês de abril começou neste domingo (02), e com ele, novas vozes ganharam oportunidades no Cacique de Ramos.

Já na abertura, às 17h, os conclamados com o título de “melhor público do Brasil, os frequentadores e visitantes da casa, se interrelacionaram em total sintonia com a batucada e o poder da musicalidade do samba autêntico.

Dezenas de componentes da família caciqueana aproveitaram este domingo para prestigiar o aniversário de Bira Presidente, que no último dia 23 de março, completou 86 anos. Foram muitos os abraços e felicitações. A Diretoria do bloco vestiu a camisa comemorativa que homenageia a data festiva do Cacique Maior em 2023.

Uma festança de socialização e cultura que contabilizou grande público, que foi se avolumando e tomou conta de todos os espaços da quadra do Doce Refúgio ao som do grupo Voz Ativa.

Foi com este clima, que Alison Geraes recebeu o convite para participar do tradicional evento da tribo de Bira Presidente. Filho do consagrado sambista Toninho Geraes, Alison, carrega o sobrenome e a arte do pai como herança. O sambista que também é produtor, foi impecável da postura ao repertório, foi o primeiro convidado a se apresentar. Em seguida, o bamba Luís Caffé subiu ao palco e encantou com suas composições e sucessos também arrebatadores. Sem contar a seleção de sambas carregados de axé que homenagearam o mês do Santo Guerreiro e a data comemorativa á memoria da saudosa Clara Nunes. Logo depois, a componente da Ala Tamoio, Vivi Santos foi convidada mais uma vez para cantar. Assinando assim, mais um momento de grande interatividade com o público.

No decorrer do evento, o Templo Sagrado do Samba recebeu a visita dos parceiros da Transportadora Lusitânia e, também do ator Orlando Caldeira, que integra o elenco da novela Vai na Fé, da TV Globo. Na trama, exibida às 19h, o ator interpreta Antony Verão, um jornalista especializado no mundo dos famosos e em fofocas que movimentam o folhetim. Cria do subúrbio, Orlando Caldeira é de Olaria e estudou na escola que divide muros com o Cacique de Ramos. No Doce Refúgio, o artista foi apresentado a Diretoria de Ouro e ao líder Bira Presidente, com quem posou para fotos. estava em trabalho de campo, captando imagens e referencias para um espetáculo que está produzindo e dirigindo para os palcos. Caldeira, foi acompanhado de outros artistas que também fazem parte do projeto e da produtora de audiovisual Thaysa Lota.

Mas, quando o assunto é a roda de samba do Cacique de Ramos, sempre tem uma surpresa.

Nos bastidores da tribo, após se posicionar para atender a fila formada pelos fãs e posar para fotografias com seus admiradores, o griô Bira Presidente foi surpreendido com um pedido inusitado. Breno do Cavaco, de apenas 10 anos de idade, estava ansioso para tocar e cantar para o veterano astro do samba de raiz. Emocionado, o Presidente foi de total atenção ao jovem talento e abençoou o pequeno sambista. Além de dançar o miudinho enquanto Breno entoava um dos clássicos do grupo Fundo de Quintal. Interessante saber que, o cavaquinho portado pelo ainda menino Breno, pertencia a seu irmão mais velho, Bruno, que atualmente é jogador de futebol. Bruno não aprendeu a tocar. Mas Breno toca de ouvido e já é considerado uma importante aquisição para o futuro deste gênero musical.     

Próximo do término a roda de samba teve ainda o cantor Gersinho, que atualmente integra a Dupla do Samba em parceria com Alexandre Mota, é ex-integrante do grupo Razão Brasileira, grupo ícone do samba e do pagode. Gersinho brindou o público e relembrou sucessos da carreira, pouco antes do encerramento das atividades deste dia.

Para finalizar, o evento contou com um pequeno festival dos que são fruto do lugar, Dilson Oliveira e o Grupo Voz Ativa celebraram o destaque no evento com muita alegria, e escolheram sambas que trazem a aura romântica do samba de raiz.

Nessa trilha, o Cacique arregimenta fatos importantes e maravilhosas histórias ao longo destas seis décadas, e se insere como parte de ligação entre artistas de diversas áreas. Além disso, a música do samba como representante brasileiro da expressão popular é um manifesto da difusão da cultura, dos saberes da sonoridade ancestral e suas origens, tão bem estabelecidas neste terreiro. Como consequência, esta tradição do bloco sexagenário transcreve em pautas musicais seus conceitos na salvaguarda da legitimidade do samba.   

Nayra Cezari
ASCOM Cacique de Ramos

FOTOGRAFIAS