Mais do que a nota 10, o evento tradicional que teve sua centésima trigésima segunda edição no último domingo (17), foi a prova da grandiosidade da história caciqueana. Com o espaço-sede completamente lotado e uma série de ações acontecendo simultaneamente, destacou-se o trabalho de uma equipe abnegada, apoiada pela Diretoria de Ouro.
Na programação musical, a diversidade de estilos multiplicou a identificação de um público bastante diversificado, composto por componentes do bloco, frequentadores assíduos e dezenas de visitantes, cujos sotaques se misturaram aos temperos da feijoada, realçando tanto o paladar quanto as relações. Uma demonstração legítima de que o samba une, conecta e intensifica as experiências com a arte desta família caciqueana, validada pela simplicidade e transformação ao longo de mais de seis décadas.
O grupo Sem Limite estreou no Templo Sagrado do Samba neste dia. Vindos de Macaé, os músicos se apresentaram manifestando toda emoção e alegria em vislumbrar o sonho se tornar real. O público abraçou e aprovou a atuação. Em seguida, o Samba do Meio-dia também concretizou o ideal de estar na programação do Cacique como convidados. A expectativa da apresentação foi superada logo nos primeiros instantes, e a harmonia dos músicos foi equilibrada e bastante festejada, entre eles e na plateia. Na transição do palco para a banda programada para dar sequência à super roda de samba, os grupos estreantes puderam revelar em entrevistas o impacto de suas participações no evento.
Pela quarta vez na programação, Kako Chocolata traz, a cada edição, a evolução consistente de sua produção artística, que dosa elementos fundamentais da tradição do samba com o charme de outros ritmos adaptados à batucada, personalizando sua apresentação. Além de empolgar o público, recebeu a primeira parte do show da corte carnavalesca do Cacique, com as musas Millena Gonçalves, Eliza Cruz e Larissa, além da Rainha Cassia Anastácia. Durante a apresentação, um momento especial foi o dueto entre Kako e seu pai, que veio ao Cacique na comitiva do Samba do Meio-dia, e subiu ao palco para cantar com ele. Foi a primeira vez que pai e filho estiveram juntos em cena. Ao encerrar sua participação, Kako recebeu o reconhecimento do público que o segue em todos os lugares.
O véu da noite desceu para deixar ainda mais encantador o Doce Refúgio, que, ao som das pratas da casa, recebeu a Diretoria de Ouro e o Estandarte do Cacique de Ramos. A cerimônia serviu para que todos compartilhassem a alegria de o Cacique de Ramos ter se tornado patrimônio histórico e cultural imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A breve solenidade foi aberta pelas palavras de Nayra Cezari e presidida por Márcio Nascimento, tendo Kelly Nascimento como representante de Bira Presidente. Após este abre-alas, a porta-estandarte Joana Darc mostrou leveza e graciosidade no bailado ao empunhar o pavilhão preto, vermelho e branco.
Em seguida, Gabrielzinho do Irajá, caciqueano com história e condecoração, subiu ao palco, trazendo sua expertise de partideiro, saudando a casa, suas crenças e grandes personalidades deste terreiro. Depois dele, outra estreia ganhou atenção: Dorcas Alves também brilhou, assim como Duan, que se apresentou após a segunda parte do show da corte, que desta vez contou com Bruno Barão, Amanda Prestes, Kayza Regina Bella Carrulo e Ingrid Castro. A programação incluiu ainda as participações de Dunga da Vila Isabel e Alexandre D’Mendes.
No espaço Bira Presidente, personalidades como Elmo José dos Santos, diretor de Carnaval da Liesa, Flávia Moreira e sua filha Mariana Calixto foram recepcionadas. O evento, repleto de momentos marcantes, terminou com muita harmonia, onde todos se divertiram em comunhão.
Nayra Cezari ASCOM Cacique de Ramos
FOTOS DA FEIJOADA