Cacique de Ramos promove grande intercâmbio cultural

Sendo um instrumento de socialização, o samba é referência mundial. Com essas características ao longo do seu centenário, o Samba, vem realizando um grande intercâmbio cultural, ascendendo à condição de identidade nacional e símbolo de brasilidade.

O Cacique de Ramos, chancelado por sua história e reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial da Cidade do Rio de Janeiro, carrega essa responsabilidade e não hesita quando o assunto é preservação do gênero.

 Assim, como religião a cada semana, o Cacique Maior, Bira Presidente prepara com a sua Diretoria de Ouro, o melhor para o seu público. O último domingo do mês de julho, 29, foi um daqueles dias históricos que entrou para a memória da entidade.

Os convidados especiais, os Grupos Malandragem e 100%, provaram que a música popular brasileira, ainda que marcada por grande diversidade, ela é representada seja por onde e por quanto tempo for.

De nome típico, carioquês, o Grupo Malandragem, de origem Argentina, provou que Los Hermanos, entendem do riscado. Formado por Ramiro Soler, Guillermo Schneider, Adrian Botta, Sebastian Calvo, Ricardo Gonzalez, Javier Vidal, Ignacio Carosi, Nicolás Muntaabski, Luciano Gomez Oromi, Nicolás Courreges y Leandro Barsotti, o Grupo pisou forte no palco 360º do Cacique de Ramos.

Com instrumental completo, o Grupo Malandragem foi criado em 1998, com a intenção de tocar músicas brasileiras de diferentes estilos. Naquela época, o interesse estava principalmente na difusão do que é conhecido como MPB (Música Popular Brasileira) e Bossa Nova. Com a agitação incessante de conhecer as origens destes gêneros, no início de 2001, o grupo tomou uma direção mais específica no que diz respeito ao estilo que pretende interpretar… o Samba.

Possui dois registros em sua discografia: “folksong” em 2007 e “Feito na lapa” em 2009, este último gravado no bairro de Lapa, Rio de Janeiro (FFE Studio) e com a participação de músicos da cena carioca atual como Wanderson Martins (Martinho da Vila), Jorge André (Dudu Nobre, Galocantô), Luis Henrique Farias, Marcelo Correia (Galocantô), João Martins, Luis Barcelos, Fabiano Segalote, Janaina Moreno, Baiaco e Juninho Irajá.

Em seu repertório o Grupo apresentou clássicos do samba, de todos os tempos, chorinhos e música de autoria própria, provando que intenção de internalizar as raízes do gênero, deu certo.

Aos olhos do experiente Líder da Tribo do Samba, Bira Presidente, nada passa a despercebido, inclusive, talento. Assim o Grupo Malandragem foi agraciado com o “Diploma Seja Sambista Também”, concedido para todos aqueles que preservam e se destacam na Música Popular Brasileira, precisamente no Samba.

Com 21 anos de estrada, formado em 1997, o Grupo 100%, iniciou sua carreira se apresentando em diversas casas de espetáculo no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense. O Grupo, formado pelo vocalista Inho100%, Jeffinho 100%, no surdo, Wallace Black, no pandeiro, Diogo Almeida, no violão, Wendell Machado na percussão e Everton Oliveira no tantã, só não pagodeou até o sol raiar, mas, embalou o público com os seus clássicos que ecoavam na boca do povo do Samba.

Quem passou pelo palco para aquela palhinha e também foi muito elogiado pelo Cacique Maior, foi o versátil, competente, amigo e filho da Tamarineira, Marcelinho Moreira.

A surpresa da noite foi à apresentação do novo comandante da Bateria Tamarindo de Ouro do Cacique de Ramos, Mestre Chula. Ele assume a direção de bateria, junto com os diretores Fabinho, Bid, Caio, Fábio Aquino e Carlos Carneiro. Essa renovação conta com a experiência, apoio e supervisão do Padrinho da Bateria Tamarindo de Ouro, o Mestre Odilon Costa, que na ocasião recebeu o maior Tributo concedido pela casa, a Comenda Cacique de Ramos, pelo reconhecimento do seu trabalho reconhecido nacionalmente e internacionalmente em sua trajetória no Samba e Carnaval, e principalmente por ser mais um fruto da Tamarineira Sagrada desde os primórdios dias do Bloco.

Mestre Odilon, dispara: “Hoje, estamos trazendo uma equipe para dar continuidade no bom andamento do ritmo, sempre colocando o “Guerreiro Cacique” na frente. Não queremos o nosso nome em evidência, mas sim o da Bateria. São três dias de desfiles, e não podemos contar com os ritmistas das outras Escolas, então temos o projeto de formar os nossos próprios ritmistas.”

As aulas começarão no dia 11 de agosto, das 15h às 17h, quem quiser participar da Bateria Tamarindo de Ouro é só chegar à quadra do Cacique, nesta data, avisou o diretor de carnaval Chopp.

Para encerrar a noite, a nova geração da Bateria do Cacique, apresentou a proposta do grupo: o andamento da Bateria em ritmo de Samba, com menos velocidade, criando uma identidade para o Bloco.

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