A Promulgação da Lei Áurea, em 1888, todavia, representou efitivamente a liberdade? Os versos do épico samba enredo composto por Hélio Turno, Jurandir e Alvinho, e que embalou do desfile de nossa madrinha Estação Primeira de Mangueira em 1988 fazia esse questionamento:
Será que já raiou a liberdadeOu se foi tudo ilusãoSerá, que a lei Áurea tão sonhadaHá tanto tempo assinadaNão foi o fim da escravidãoHoje dentro da realidade, onde está a liberdadeOnde está que ninguém viu
A libertação formal não representou liberdade, pois ao negro foi sonegado todo o acesso aos meios que lhe autorizassem o crescimento e a efetiva liberdade.Após 127 da promulgação da Lei Áurea muita coisa mudou para melhor, pois a sociedade está reconhendo sua dívida histórica com o negro. Falta muito ainda! E isso não significa que, enquanto sociedade, tenhamos a plena consciência da igualdade de raça. Há racismo sim! Há preconceito, sim!
Como forma de exaltação àquelas raças basilares à formação da identidade do nosso país surgiu o Cacique de Ramos, que há 54 anos segura a bandeira de defesa da cultura brasileira. O índio exaltando o negro! Ambos oprimidos, ambos escravizados! Ambos alijados de suas terras e de suas culturas.
“”O Negro samba, o negro joga capoeira”, mas o negro igualmente almeja estudar, trabalhar, viver longe do preconceito e violência, com igualdade de acesso a tudo o que lhes foi sonagado desde que o primeiro escravo chegou ao país.
No Dia da Consciência Negra o Cacique de Ramos clama que o preconceito e a intolerância, derivados de valores retrógrados e infelizmente ainda vigentes, sejam superados. Para tanto devemos reconhece-los existentes!
Juntos iremos superá-los! Viva ao negro, viva ao índio, viva à igualdade, livre de preconceitos! Viva o Samba! Viva Zumbi dos Palmares! Viva Cacique de Ramos!
Bira Presidente