Abrindo a temporada da Primavera, o Cacique de Ramos realizou no último domingo, 23 de setembro, mais uma Roda de Samba. A estação das cores, das flores, dos amores traz um colorido especial para a nossa cidade, nos proporcionando uma convivência com a natureza. Nossas raízes estão fincadas nas duas Tamarineiras. Nosso Axé, nossa força e nossa história está em cada galho, cada folha da árvore mística, dona de seus encantos e mistérios.
O clima, em alto astral, é uma pequena amostra do que será a nova estação. O Doce Refúgio tem esse diferencial… a presença de um público que, da maneira mais carioca, celebra a vida com muita simplicidade e alegria ao som do verdadeiro e autêntico Samba de Raiz.
Para abrilhantar ainda mais os domingos, o Cacique de Ramos trouxe dois grandes sambistas que vêm se destacando no meio por suas habilidades e competência musical – Marcelo Amaro e Nêgo Álvaro.
Nascido em Porto Alegre, o músico, compositor e percussionista Marcelo Amaro, contou pra gente que “desde pequeno, o Samba se fez muito presente por influência dos pais e do avô. Nascido em 1975, cresceu ao som do Grupo Fundo de Quintal. Seu primeiro instrumento foi o tantan o que lhe remetia a grandes laços com o Grupo. E que nunca imaginou um dia estar cantando no Templo Sagrado do Samba, o que, pra ele é uma honra, inenarrável. O Cacique de Ramos, representa muito na minha vida, na cidade do Rio de Janeiro, em Porto Alegre e no Brasil, sempre ouvimos falar da grande massa de sambistas que passaram por esse chão. Acredito muito que o Cacique é inspiração para muitos sambistas e amantes do samba. Um combustível para o nosso povo. Gratidão imensa e muito Axé”.
Antes de se apresentar para o público, Marcelo Amaro recebeu, de Bira Presidente, palavras de agradecimento e incentivo. O Líder da Tribo do Samba aproveitou para agradecer ao público pela presença maçiça e fiel na casa que é do povo. Após, recebeu fãs e admiradores para fotos.
O outro convidado, Nêgo Álvaro, já é praticamente da “casa”. Celebrando a mais tradicional música carioca, o artista lançou seu disco “Cria do samba”. Aliás, a faixa título é propriamente uma biografia sobre o artista, escrita em parceria com seu padrinho musical Moacyr Luz e Mingo Silva.
Nascido e criado em Bangu, hoje morando em Honório Gurgel, foi em Irajá que Nêgo Álvaro começou a atuar profissionalmente na música, aos quinze anos de idade, no Pagode da Tia Ciça, de 2004 a 2006. Desde então, ele vem desfilando seu samba pelas rodas mais famosas da cidade, como o Cacique de Ramos – do qual fez parte durante cinco anos –, o Beco do Rato, o Clube do Cozido –, comandado por Zeca Pagodinho –, o Samba do Trabalhador, no Andaraí, além de liderar, há dois anos, o Mafuá no Quintal, na Abolição.
Foi no Samba do Trabalhador, a partir de 2010, que o então Álvaro Santos começou a chamar a atenção de todos, com apenas 22 anos. No segundo CD/DVD, “Moacyr Luz e Samba do Trabalhador ao vivo no Renascença”, lançado em 2012, Nêgo Álvaro gravou “Estranhou o quê”, de Moa.
Como percussionista, Nêgo Álvaro já acompanhou Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Zélia Duncan, Dona Ivone Lara, Arlindo Cruz, Caetano Veloso, Mariene de Castro, entre outros. E faz parte atualmente da banda de Beth Carvalho.
Encerrando a noite no Doce Refúgio, a tradicional “canja” ficou por conta da “Chique de Doer” – Joana Nascimento – que, com seu jeito único de ser, fez o púbico cantar e acompanhar como um coro suas interpretações.
Veja mais fotos!