“DONO DO PEDAÇO”, CACIQUE DE RAMOS É TERRITÓRIO MARCADO PELA EXCELÊNCIA DO SAMBA.

O retorno das atividades após o 1º turno das eleições gerais de 2022, foi impactante.

É fácil se apaixonar pelo Rio de Janeiro, principalmente se a primeira impressão for pelo Cacique de Ramos. Lugar de gente feliz, templo do bom samba de raiz que é contemplado pela ancestralidade com energia singular. O batuque deste terreiro repercute o ano inteiro, todos os domingos de portas abertas para a arte e a cultura.

Neste nono dia do décimo mês de 2022, a tradicional roda de samba do Doce Refúgio foi pontuada com talentos exacerbados dos novos tempos do samba. Mantendo a força e a autenticidade dos grandes representantes deste gênero musical. Mas, transmitem com personalidade suas características, e mostram o orgulho de ter influências tão marcantes que fazem lembrar os que alcançaram o estrelato do samba verdadeiro.

Assim foi a apresentação dos seletos convidados desta edição. Iniciado pelo grupo Voz Ativa, o evento recebeu Valdeir Valença, que brindou o público com clássicos e a grandiosidade de Aquarela Brasileira. foi memorável e elegante em sua estreia no palco caciqueano. Em seguida, foi a vez de Eddie Jesus, que já tem espaço delineado neste celeiro de bambas da Rua Uranos. No repertório foi de Jorge Aragão à Maria Rita, uma caravana de sucessos que também arrebatou a massa e reafirmou a potencialidade de suas aptidões artísticas. Outro participante conhecido do Templo Sagrado Cacique de Ramos, Marcelo Mory esteve mais uma vez na roda de samba e promoveu um pot-pourri de sambas-enredo no encerramento de sua apresentação. O povo não resistiu e transformou com muita alegria o clima da roda em folia fora de época.

O que já estava bom, ficou ainda melhor com a comemoração do aniversário de Leila Basílio, diretoria da Ala Tamoio, que levou bolo, bolas, doces e muitos amigos para completar o ambiente de festa.

Um breve intervalo serviu para a chegada da diva Margarete Mendes, artista que leva na carreira o título de Rainha da Lapa, é também a única intérprete feminina do carro de som do Cacique de Ramos na avenida.  Ao pisar na ribalta caciqueana, a cantora atraiu a atenção de todos, a imponência de sua voz e presença foram reveladas nos primeiros acordes de seu repertório, sempre em concordância com a espiritualidade que é alicerce da casa. Margarete viveu um dos momentos mais emblemáticos desta noite, sua apresentação foi exuberante e arrancou do público aplausos furtivos que ecoaram no Templo Sagrado. Foi comovente, foi deslumbrante como ela merece. Uma consagração que o Cacique de Ramos do alto de sua trajetória pôde oferecer com orgulho.

E se é para falar de emoção, a receptividade da corte do carnaval do Cacique de Ramos para com as candidatas do Concurso Musa Plus Size, foi exemplo de empatia e sororidade. Além do show das que já garantiram seus postos para o próximo desfile da tribo, os frequentadores puderam ver as postulantes ao novo cargo da nobreza caciqueana. Todas se apresentaram no palco, também ao som do grupo Voz Ativa, e mostraram com intensidade o samba no pé, a beleza e a simpatia com os quais conquistaram a plateia e assinaram a primeira etapa desta disputa com empoderamento e representatividade.

Para fechar a noite de samba, outro talento “prata da casa”, Dílson Oliveira, também protagonizou momentos de extrema sintonia com o melhor público do Brasil.

Como sempre, cariocas e turistas lotaram o Doce Refúgio. Assim como, diversos sambistas renomados do carnaval carioca e personalidades do samba. Vale destacar a presença da Musa da bateria da GRES Filhos da Santa, de Santa Cecilia – São Paulo, Izabela Pesan. E demais membros e diretores da agremiação que foram apreciar a roda de samba do Cacique.

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