Com caravanas animadas e sambistas convidados, a expectativa para a celebração ao centenário portelense, no Cacique de Ramos foi superada com sucesso. O toque de magia do evento que teve início às 13h, começou com o grupo Pagode e Resenha, numa levada rebuscada de talento e simpatia. A seguir, foi a vez da Comunidade Samba Neles mostrar sua arte. Diplomados pelo Doce Refúgio, são mantenedores dos ensinamentos originários do Cacique de Ramos e apresentaram este brevê com orgulho.
Se é no dialeto do samba que o povo se entende, cariocas e turistas promoveram uma festa especial com intercâmbio cultural.
O grupo Voz Ativa subiu ao palco ao cair da tarde, como sempre resguardando o teor natural da carioquice fez sua apresentação particular e acompanhou os demais convidados que enriqueceram ainda mais o evento. Entre eles, a magnifica Dandara Alves, cantora de expressão inigualável que alinha sua carreira entre bases ancestrais e aspirações da atualidade. Para saudar a Família Portelesnse, a Diretoria de Ouro do cacique tratou de mínimos detalhes, entre os quais, selecionar alguns ilustres do samba que levam no peito a bandeira da agremiação, como: Gabrielzinho do Iraja, caciqueano portelense reconhecido por suas obras e especialista no partido alto, consagrou sua apresentação com o melhor de seus versos e sucessos. Juninho Thybau, outro exemplar do samba que tem a Portela no coração, também transbordou emoção e respeito a este pavilhão. No palco, ambos conduziram a atenção do público para o sexagenário Cacique e o centenário de sua escola.
Prestigiado por personalidades do carnaval, o evento recebeu também, Babi Cruz, esposa de Arlindo Cruz, Machine, o síndico da passarela e sua equipe, Leo Bezerra, filho do saudoso Bezerra da Silva e Caixa D’Água que ainda deu uma palhinha para celebrar sua agremiação. A festa recebeu o carinho da primeira porta-bandeira da Portela, Lucinha Nobre.
O pontapé inicial para os festejos do centenário portelense foi dado pela tribo do samba em uma consagração absolutamente acima da média dó que podia se esperar. Estes dois gigantes do samba e do carnaval traduziram o sentimento mais real do significado coirmã, em plena sintonia e legitimidade. O samba nos pés envolveu o público em um show magistral. Nos rodopios das baianas e na imponência de sua velha-guarda, o azul se misturou ao preto, vermelho, mesclados de branco, cor que une seus pavilhões e seus adornos cheios de nobres contornos. A águia altaneira sobrevoou a tribo de Bira Presidente com as asas carregadas de emoção para coroar a atuação de Luís Carlos Magalhães como dirigente da Portela. Sr. Luís Carlos é figura de muita relevância para o carnaval e, principalmente, para o Cacique de Ramos. Trajetórias marcadas pelo companheirismo e pela admiração mútua. Consagrando as homenagens ao dirigente, a Diretoria do bloco ofereceu a Comenda do Jubileu de Diamante do Cacique e uma Camisa da Diretoria, confirmando a parceria entre os demais membros de confiança do Cacique Maior. A Tabajara do Samba e Mestre Nilo Sérgio fizeram o encerramento do espetáculo da Portela, que teve a coordenação de Nilce Fran.
A história, a fé e a força, sobretudo a mística águia que pousa na copa das Tamarineiras, revelam estas entidades carnavalescas conectadas no toque ancestral que convoca seus sambistas, componentes e símbolos. Insígnias da cultura e da arte de suas comunidades.