Com o tema “Na Tamarineira, é pagode, é carioca, é São Clemente”, a escola da Zona Sul pretende celebrar nomes emblemáticos do samba.

Na noite da última quarta-feira de julho, dia 30, o Cacique de Ramos foi escolhido pela São Clemente como locação afetiva para o lançamento do seu enredo de Carnaval 2026. Com o tema “Na Tamarineira, é pagode, é carioca, é São Clemente”, a escola da Zona Sul propõe uma celebração a nomes emblemáticos do samba, muitos deles com trajetórias entrelaçadas à história do bloco da Rua Uranos.

A coincidência do ano de fundação (1961) entre o Cacique e a São Clemente serviu como elo peculiar para esse encontro, marcado por uma noite de trocas entre gerações e tradições do samba. A Diretoria de Ouro do Cacique organizou a recepção com gentileza e dedicação, com destaque para a atuação do vice-presidente Márcio Nascimento, que articulou os espaços reservados aos segmentos da escola visitante e ofereceu um jantar informal. A noite também foi marcada pela primeira participação em palco da nova direção do Cacique: Karla Marcely, presidente, ao lado da irmã Christian Kelly, diretora-geral, e do próprio Márcio. A bênção espiritual e moral foi evocada em nome de Bira Presidente, presença eterna no campo imaterial da instituição.

Personalidades como o diretor de relações institucionais do Rock in Rio, Luís Gustavo Mostof, e o ator Marcelo Serrado também prestigiaram a festa e acompanharam a cerimônia.

Como anfitrião, o Cacique apresentou sua corte, a tradicional porta-estandarte Joana Darc e o grupo Caciqueando em roda de samba. A São Clemente, por sua vez, anunciou oficialmente seu tema com show da bateria e performance de seu intérprete oficial, Tinguinha, além da Ala dos Passistas e Baianas. Em seu discurso, o presidente Renatinho exaltou a diretoria do Cacique, seguido pelo carnavalesco Carlos Eduardo, que apresentou o conceito da narrativa clementiana para a Intendente Magalhães, mirando o retorno à Marquês de Sapucaí.

Embora o lançamento do enredo tenha ocorrido na quadra do Cacique de Ramos, o desfile da São Clemente não se propõe a retratar especificamente a trajetória do bloco, mas sim a exaltar o universo do samba carioca e seus expoentes. A presença do Cacique no contexto da narrativa representa um gesto de reverência à sua relevância histórica e afetiva, como ponto de origem e influência de muitos artistas que compõem essa linhagem musical.

No próximo Carnaval, o Cacique de Ramos será homenageado em diversos palcos e por diferentes vozes. Agremiações e instituições, de forma direta ou indireta, levarão sua alegria e descontração aos foliões. A exemplo disso, estão a homenagem da LIESA, a presença no Casabloco e o desfile da Unidos de Vila Santa Tereza.

“É uma alegria ver duas agremiações incorporando o Cacique às suas histórias. Recebê-las aqui, em nossa quadra sempre que solicitado, é uma honra que dedicamos a ambas e a todas as escolas que encontram no Cacique seu Doce Refúgio.

A Vila Santa Tereza vai homenagear os 65 anos de trajetória da instituição. Já a São Clemente aborda o samba e seus representantes, prestigiando o papel do bloco. Acredito que a relevância cultural do Cacique traz essa perspectiva: o Cacique é patrimônio do povo carioca, patrimônio histórico-cultural e imaterial do Estado. Cada caciqueano conhece essa importância e, diariamente, segue construindo e mantendo essa história.

O que desejamos é que todas as homenagens ao bloco e ao nosso amado e eterno Bira Presidente se convertam em bons frutos para todos. E nem dá para fugir disso, pois essa é a máxima das escrituras da casa, instituída pela ancestralidade: ‘Aqueles que aqui entrarem de coração puro, colherão frutos.’

Que seja um lindo Carnaval em preto, vermelho, branco e muito mais!”

– declarou Márcio Nascimento, vice-presidente do Cacique de Ramos.

Nota: O Cacique de Ramos informa que não se responsabiliza por convites, intermediações ou qualquer tratativa envolvendo os sambistas e artistas citados nos enredos. Da mesma forma, o bloco não se coloca como fonte de autorização ou referência para o uso de imagem de terceiros, limitando-se às questões que envolvem exclusivamente sua própria representação.